Meninas riem com um “jogo de pedrinhas”. Meninos rodopiam com bolinhas de gude entre os dedos, Enquanto outros perseguem tanajuras. Cena encantadora que poderia ser de qualquer praça Desta cidade ao final da tarde... Mas não é. O cenário é um canteiro, no cruzamento, Embaixo de um semáforo. Porém a indiferença buzina, acelera, Tem pressa em não ver Que na paisagem cotidiana, meninos e meninas Revelam a necessidade de permanecerem crianças, Ainda que protagonizando Um cruel espetáculo De infância roubada: Malabares da mendicância.
*Publicado no livro "A Poesia das Alagoas", lançado na III Bienal Alagoana do Livro", no dia 21 de outubro de 2007.
"...Mel silvestre tirei das plantas,
sal tirei das águas, luz tirei do céu.
Só tenho poesia para vos dar.
Abancai-vos, meus irmãos.
Jorge de Lima
Por dever de ofício, minha convivência diária é com a palavra escrita. Sou professora-pedagoga, casada e mãe de um lindo menino de doze anos.
Por prazer e encantamento, a palavra escrita também é minha opção de vida. Escrever quase sempre é catarse, mas não se iludam: não é autobiografia. Escrevo, principalmente, para afirmar quem sou o que penso e sinto em relação a situações de vida, vividas e/ou sonhadas.
Posso contar ainda que já estive em algumas batalhas. E, se por um lado fizeram-me crescer, alargar meu horizonte de menina nascida no interior, acinzentaram, vez ou outra
o verde dos meus olhos.
Hoje, mais do que nunca, minha militância é pela vida. Enfim, desde que me acostumei a ouvir estrelas, sorriso nos lábios, nariz empinado e olhar na linha do horizonte além de ser marca registrada é atitude para enfrentar o que der e vier.
Tenho dito.
Maceió, em 09/07/2007
atualizado em 21/12/2008,para o www.recantodasletras.com.br